Escribundo

Escritos e poesias vagabundas

manoelismos antunianos rosáceos leminskoidais

terça-feira, 13 de janeiro de 2015





Meu dorso é a nave, cujo campanário torto é meu pênis. Tal como o duomo toscano. Meus braços abertos, o transepto. Se fechado, os baixos lados. A boca, o coro. O nariz, nichos ornados. Os olhos são vitrais bizantinos prefulgentes. A testa, a abside. E todo o resto da cabeça, o meu altar, meu deambulatório.  Idéias, mosáicos. Umbigo, batistério. As costelas, os arcobotantes. As pernas e pés são isso mesmo. Pernas, pés. Responsáveis pela ascensão do meu torso abacial, e por sua transformação numa catedral regida por este clero secular e profano composto por meus tesões. É o que me torna peregrino. E cada lugar que recebe meu gozo, faço dele minha Piazza dei Miracoli.



Nenhum comentário:

Postar um comentário