Meu
dorso é a nave, cujo campanário torto é meu pênis. Tal como o duomo toscano.
Meus braços abertos, o transepto. Se fechado, os baixos lados. A boca, o coro.
O nariz, nichos ornados. Os olhos são vitrais bizantinos prefulgentes. A testa,
a abside. E todo o resto da cabeça, o meu altar, meu deambulatório. Idéias, mosáicos. Umbigo, batistério. As
costelas, os arcobotantes. As pernas e pés são isso mesmo. Pernas, pés. Responsáveis
pela ascensão do meu torso abacial, e por sua transformação numa catedral
regida por este clero secular e profano composto por meus tesões. É o que me
torna peregrino. E cada lugar que recebe meu gozo, faço dele minha Piazza dei
Miracoli.
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